31.12.10
Duchamp, a Pinacoteca e a coleção Cisneiros
Acabo de visitar a Pinacoteca de São Paulo, e em especial a mostra da colecionadora venezuelana Patricia Phelps Cisneiros, que segundo noticiaram é a mais importante coleção particular de artistas da América do Sul. Não pude deixar de lembrar a frase do Duchamp. Por que esses artistas ? Por que essas obras, desses artistas ?
Muitos deles eu conheci quando não eram nem famosos, nem suas obras importantes. Já lá, me perguntava: quem será que esta comprando "isso" ? Quem tem tanto dinheiro sobrando para pagar tantos milhões, por "isso" ? E hoje tive uma parte das respostas. Uma dessas pessoas era sem dúvida Patricia Phelps Cisneiros, e se eu tivesse essa informação, naquele tempo, diria que certamente estava sendo enganada por algum marchant inescrupuloso! É muito dinheiro para pouco "arame" retorcido. E as perguntas permanecem: por que razão escolheu esses, e não outros da sua geração? Por que esses trabalhos, especificamente, e não outros desses mesmos artistas? Duchamp tinha razão, mais uma vez.
Postado dia 29 de Dezembro de 2010, no meu O ÚLTIMO BLOG
SANDY SKOGLUND - Fotógrafa
Sandy Skoglund








Fontes: aqui, aqui e aqui.
Sandy Skoglund, Weymouth, EUA, 1946
TRANSCRITO INTEGRALMENTE do blog ARTE FACTO
BALANÇO DO ANO
Início do conteúdo Ano morno de promessas frustradas
29 de dezembro de 2010
Bienal, a despeito dos esforços para reerguer a mostra, não deu visibilidade à obra do transgressor Flávio de Carvalho; novo prédio do Museu de Arte Contemporânea também não ficou pronto.

30.12.10
Adão & Eva
VARAL DO DIA
Varal en terraza | ||
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Visto en Foz (Lugo, Galicia)
Aproveito para felicitar o Nadal e desejar um próspero aninovo 2011 a todos os leitores do Varal!
Abraços
Pablo do Paso
Novo posto de criação do VARAL
Mais sobre a Bienal de São Paulo
O caminho da bienal ainda está incerto
A Bienal enfrenta também uma crise de fundo, de vocação. A busca de público e de visibilidade estimulou uma concessão cada vez maior à arte-espetáculo; as críticas à segmentação geopolítica (modelo inspirado na centenária Bienal de Veneza) fizeram com que o critério geográfico fosse abolido sem que nada muito superior fosse colocado em seu lugar; a necessidade de corte de custos fez com que se eliminassem os núcleos históricos deixando o público pouco experiente diante da sensação de que a arte contemporânea nasce do nada, vale milhões e não se sabe por quê.

FOTOGRAFIA
Este ano, a fotografia ganhou mais espaço em discussões e publicações
COMENTÁRIOS QUE VALEM UM POST - Feito no blog 100 Cabeças do Rui Silvares
a vida é larga disse...
fizeste-me lembrar o duchamp, que não frequentava museus questionando precisamente os critérios que teriam presidido á escolha daqueles artistas e não de outros ....
coisa bicuda !!! eheheeh !
abraço forte
Comentário sobre esta postagem AQUI
29.12.10
Isso é criatividade
Looptaggr
Looptaggr is a DIY project by Ariel Schlesinger & Aram Bartholl. I guess it’s the fastest graffiti stencil system I’ve ever seen … drive-by graffiti. You can find a compete how-to @ www.looptaggr.com.COMENTÁRIOS QUE VALEM UM POST
Janaina Cruz deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Brassaï, Gala, 1932":
Um luxo de blog, cheio de fragmentos poéticos e artísticos retratos, impossível não desejar estar aqui sempre, isso há de me inspirar bastante, associo-me ao blog seguindo o e admirando o também.
Postado por Janaina Cruz no blog Varal de Ideias
Meu BARBEIRO: Cabral
Peri & cia, em PORTUGAL
28.12.10
Comentários que valem um post
expressodalinha deixou um novo comentário sobre a sua postagem "No pé da árvore":
Concordo inteiramente. Falta um biógrafo à altura.
Postado por expressodalinha
NOTA: A respeito do livro CONVERSAS A LUZ DOS OLHOS de João Menéres
CONVITE
Inauguração \da forma da escrita à escrita da forma\ | ||
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"a escrita do sudoeste" surgiu, como tema do modulo do curso livre de escultura cerâmica, orientado pela professora Elsa Gonçalves.
O património histórico de Almodôvar, foi a fonte de inspiração que levou os diferentes olhares dos artistas numa procura da identificação com as formas e com a riqueza plástica. Ficando um contributo para a historia desta escrita milenar, materializada nas peças que compõem a exposição "da forma da escrita à escrita da forma".
TEORIA
"Se você criar uma teoria legal que permita um processo contra o WikiLeaks, isso dará poder ao governo de processar jornalistas por revelar seus segredos. Revelar segredos de governo representa o corpo e também a alma do jornalismo investigativo". -Glenn Greenwald, advogado constitucionalista norte-americano, colunista do Salon.com e defensor do Wikileaks.
27.12.10
João Menéres e seu último livro
EDUARDO P.L. disse a respeito do post do livro: "Conversas À LUZ DOS OLHOS"
Realmente o fotógrafo JOÃO MENÉRES, a cada livro que publica, se firma como um dos MELHORES FOTÓGRAFOS da atualidade. Seu olhar equilibrado, sua estética apurada, sua técnica esmerada, fazem de suas fotofrafias pinturas contenporâneas, e relatos objetivos e contundentes!
Nenhuma apresentação de sua obra, nem nesse pequeno livro, no formato, nem nos outros que tive a oportunidade de conhecer, retratam suas fotografias e trajetória à altura do que são. Sem favor algum, João Menéres é o grande mestre da fotografia portuguesa e internacional.
Miguel Esteves Cardoso: PORTUGALITE
A Portugalite
Entre as afecções de boca dos portugueses que nem a pasta medicinal Couto pode curar, nenhuma há tão generalizada e galopante como a Portugalite. A Portugalite é uma inflamação nervosa que consiste em estar sempre a dizer mal de Portugal. É altamente contagiosa (transmite-se pela saliva) e até hoje não se descobriu cura.
A Portugalite é contraída por cada português logo que entra em contacto com Portugal. É uma doença não tanto venérea como venal. Para compreendê-la é necessário estudar a relação de cada português com Portugal. Esta relação é semelhante a uma outra que já é clássica na literatura. Suponhamos então que Portugal é fundamentalmente uma meretriz, mas que cada português está apaixonado por ela. Está sempre a dizer mal dela, o que é compreensível porque ela trata-o extremamente mal. Chega até a julgar que a odeia, porque não acha uma única razão para amá-la. Contudo, existem cinco sinais — típicos de qualquer grande e arrastada paixão — que demonstram que os portugueses, contra a vontade e contra a lógica, continuam apaixonados por ela, por muito afectadas que sejam as «bocas» que mandam.
Em primeiro lugar, estão sempre a falar dela. Como cada português é um amante atraiçoado e desgraçado pela mesma mulher, é natural que se junte aos demais para chorar a sua sorte e vilipendiar a causa comum de todos os seus males. Assim sempre se vão consolando uns aos outros. Bebem uns copos, chamam-lhes uns nomes, e confortam-se todos com o facto de não sofrerem sozinhos. Às vezes, para acentuar a tristeza, recordam-se dos bons velhos tempos em que Portugal, hoje megera ingrata que se vende na via (e na vida) pública, era uma namorada graciosa e senhora respeitada em todos os continentes. E, quando dez milhões de lágrimas caem para dentro do vinho tinto que seguram nas mãos, todos abanam as cabeças, dizendo em uníssono «e hoje é o que se sabe...».
Não é só o facto de não saberem nem poderem falar noutra coisa que prova a existência duma paixão. Como qualquer apaixonado arrependido, o português acha Portugal má como as cobras, mas... lindíssima. O facto de ser tão bonita de cara (as paisagens, as aldeias, a claridade, o clima) só torna a paixão mais trágica. O contraste entre a beleza à superfície e a vileza subterrânea dá maior acidez às lágrimas. É por isso que só há um tabu naquilo que se pode dizer de Portugal. Pode dizer-se que é bárbara e miserável, traiçoeira e ingrata, e tudo o mais que há de aviltante que se queira. O que não se pode dizer é «Portugal é um país feio». Nunca. Também neste aspecto se comprova a paixão.
Em terceiro lugar, os portugueses só deixam que outros portugueses digam mal de Portugal. Só quem sofreu nos braços dela (e que ela vai tratando ignobilmente a seu bel-prazer, por saber que nunca lhe hão-de fugir), se pode legitimamente queixar. Isto porque Portugal, sendo uma lindíssima meretriz, engata os estrangeiros descaradamente, desfazendo-se em encantos e seduções para com eles. Esta ideia exprime-se no dogma nacional que reza «Isto é bom é para os turistas», como quem diz «A viciosa da minha mulher a mim não me dá nada, mas atira-se a qualquer estranho que lhe apareça à frente». Qualquer estrangeiro que tenha a ousadia e o mau gosto de se fazer esquisito frente aos avanços despudorados de Portugal está condenado ao maior desagrado de todos.
Esta atitude é lógica, porque só há uma coisa pior do que se ser atraiçoado por quem se ama — é não se ser atraiçoado só porque o outro a acha feia e não a quer. À traição da mulher junta-se o insulto do outro, ao não achá-la sequer digna de um pequenino adultério. É como dizer-nos: «Não só estás apaixonado por uma pega, como ela é feia como breu.»
Os estrangeiros que nos visitam nunca compreendem isto. Lêem e ouvem dizer por todo o lado as maiores infâmias acerca de Portugal e não percebem porque é que todos lhe caem em cima no momento em que ele se atreve a dizer que um pastel de nata não está fresco, ou que tem a impressão de ter sido enganado no troco por um motorista de táxi.
Em quarto lugar, apesar do português passar o tempo a resmungar e a queixar-se quando está perto de Portugal, sabe-se o que lhe acontece quando está há muito tempo longe dela. Os grunhidos transformam-se em gemidos e as piscadelas de olho já não vencem senão lágrimas. E pensa invariavelmente: «Portugal é uma bruxa, mas antes mal tratada por ela do que bem por outra donzela...»
Em quinto e último lugar (e o «Quinto» não é fortuito), temos a derradeira prova da paixão do português por Portugal. Tem a ver com a ideia que ele tem do que Portugal podia ser. Para cada português, «isto podia ser o melhor país do mundo se...» (Segue-se uma condição invariavelmente impossível de se cumprir). A miragem deste país potencial é um paraíso que agrava substancialmente o inferno que os portugueses já supõem aturar. Isto porque os portugueses graças a Deus, têm expectativas elevadíssimas. Nada abaixo do Quinto-Império pode garantir satisfazê-los. Nenhum português se contenta, por exemplo, só com pertencer à Europa. Aliás, só começaria a contentar-se caso fosse a Europa toda a pertencer a Portugal. (E mesmo assim, qual não seria o português, com um cepticismo que provém de um longo e civilizadíssimo cansaço cultural, que não desconfiasse logo que «isto agora da Europa pertencer a Portugal traz água no bico, com certeza...?»)
Estas expectativas insaciáveis revelam-se na saudável mania que têm os portugueses de comparar Portugal só com a pequena minoria de países que se encontram em muito melhor situação. Para um português, Portugal é o país mais pobre do mundo. Isto é, do mundo «que interessa». Se lhe falarmos nos demais 75% que estão piores que nós, diz logo: «Está bem, mas isso nem se fala...» Nem é preciso ser a Nicarágua ou o Bangladesh — basta mencionar a Grécia ou a Turquia para ele se virar para nós com ar despeitoso e incrédulo e dizer: «Ó filho, está bem, mas isso...»
É curioso notar que a Espanha goza de um estatuto especial nestas comparações. Nem conta como «melhor» nem «pior». A Espanha é sempre até, e a frase «Até na Espanha...» tem o significado precioso de chamar a atenção para um país reconhecidamente rasca onde, neste ou naquele aspecto, já estão escandalosamente melhores do que em Portugal. De qualquer modo, os espanhóis não são como nós. Acham, por exemplo, que é motivo de orgulho ser-se espanhol. Nisso pelo menos, estão muito piores que nós. Entretanto, compreende-se que o difícil não é amar Portugal — o difícil é deixar de amá-lo, também porque é sempre difícil nós sermos felizes.
Miguel Esteves Cardoso, in 'A Causa das Coisas'
Falaram do Varal:
"...o Varal de Ideias é uma referência de como um blog deve ser ." Agnnes
(Caminhos e Atalhos, no mundo dos blogs)..."parabéns pelo teu exemplo de como realmente se faz um blog...ou melhor tantos e sempre outstandings...".
(Vi Leardi )
